Novo programa visa erradicar mortes causadas pela coqueluche na América Latina

  • A coqueluche é atualmente a terceira causa de morte por doenças infecciosas entre crianças, sendo particularmente mais grave em crianças menores de seis meses de idade.
  • Cerca de 75% de infantes com coqueluche foram infectadas por seus pais ou parentes próximos que estão em contato com o bebé.

(Estados Unidos) 20 de julho, 2012 – A Fundação Pan-Americana para a Saúde e Educação (PAHEF) anunciou hoje em Bogotá, na Colômbia, a iniciativa América Latina sem Pertussis que visa acabar com a mortalidade por coqueluche, ou tosse comprida, na América Latina. A coqueluche é uma doença que afeta o sistema respiratório e é causada pela bactéria Bordetella pertussis.

Estima-se que aproximadamente 200 mil pessoas morrem a cada ano de coqueluche no mundo, e embora seja uma doença imunoprevenível, o seu impacto na América Latina aumentou 90% na última década.[1],[2] Assim, esta iniciativa busca aumentar a conscientização sobre os riscos de contágio, a incidência da doença, e o mais importante, a prevenção da doença para garantir mortalidade zero por coqueluche na Região.

Debora B. Freitas Lopez, uma das líderes da iniciativa América Latina sem Coqueluche e Diretora de Comunicações da PAHEF, afirmou que "O objetivo desta iniciativa é alertar pais e médicos sobre os riscos da doença e as medidas que devem ser consideradas para prevenir a propagação da doença.”

Atualmente, programas de imunização na América Latina incluem vacinas para proteger recém-nascidos contra a Bordetella pertussis. No entanto, as vacinas são dadas 6 meses após o nascimento da criança e garantem proteção por cerca de 10 anos. Como resultado, as crianças enfrentam dois períodos em suas vidas quando estão sem nenhuma proteção: antes de completar a série de vacinação e após o 10º aniversário, sendo assim expostos a uma possível infecção, normalmente passada pelos pais, que são os maiores agentes de transmissão. Os registros mostram que em 75% dos casos de coqueluche em bebês em todo o mundo, os pais foram os agentes transmissores da bactéria para seus recém-nascidos.[3] É por isso que esta doença é hoje considerada uma das principais causas de morte por doenças infecciosas, vindo em terceiro lugar depois da pneumonia e diarréia, que ocupam o primeiro e segundo lugar, respectivamente.[4]

A iniciativa América Latina sem Coqueluche é uma resposta aos surtos recorrentes da doença em países como Argentina, Brasil, Chile e Colômbia, entre outros.[5],[6],[7],[8]

Para atingir mortalidade zero causada pela coqueluche na América Latina, uma série de eventos será realizada para reforçar os procedimentos e estratégias para combater a doença. Em 2012, por exemplo, a Comissão de Assessores da América Latina sem Pertussis estará promovendo a iniciativa entre médicos especialistas de renome na América Latina durante o encontro da Associação Latino-Americana de Pediatria (ALAPE) em Cartagena, na Colômbia. Todas as ações realizadas no âmbito desta iniciativa estão focadas na conscientização da necessidade de implementar medidas de imunização para impedir o ressurgimento da doença.

A iniciativa também irá promover uma maior visibilidade para a implementação das estratégias de vacinação. Atualmente existem diferentes estratégias, incluindo a vacinação da criança no seu primeiro ano de vida.[9] Outra opção é a vacinação de mulheres grávidas durante o segundo ou terceiro trimestre de gestação.[10] A estratégia capulho que consiste principalmente em vacinar os pais para impedi-los de transmitir a doença para seus recém-nascidos e bebês com menos de seis meses de idade.[11] A vacinação de adolescentes e adultos também é importante porque a vacina prescreve depois de dez anos, expondo-os à doença.[12] Igualmente importante é a vacinação dos médicos e profissionais de saúde, especialmente aqueles que estão em contato com bebês.[13]

Pertussis
A Pertussis, ou coqueluche, é uma doença respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis, e é conhecida por vários nomes nas Américas, dependendo do país. Em Português, ela é também chamada de tosse comprida, enquanto tem uma série de outros nomes em espanhol: tos ferina, tos convulsa, coqueluche, ou pertussis. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), na maioria dos casos, a coqueluche ocorre em lactentes e crianças jovens e é facilmente transmitida de pessoa para pessoa, principalmente em pequenas gotículas. Os sintomas iniciais aparecem tipicamente dentro de 7 a 10 dias após a infecção e incluem febre, corrimento nasal e tosse, que se torna gradualmente em tosse paroxística (crises), seguido por acessos de tosse violenta. Em lactentes, as crises podem ser seguidas por períodos de apnéia.

De acordo com a OPAS, por várias décadas, os programas de imunização infantil que usaram vacinas de qualidade têm sido altamente bem sucedidos na prevenção de casos graves da doença em crianças em todo o mundo. A PAHEF e outras organizações de saúde recomendam a procura de seu médico caso sejam detectados os principais sintomas da coqueluche, e que os pais se mantenham informados dos programas de vacinação para minimizar o risco de contágio da doença nas crianças. Também é recomendado a todos os setores da saúde e autoridades da região a implementação de um plano de vacinação contra a coqueluche para adultos e adolescentes, o que irá proteger as crianças menores do contágio e ajudará a pôr um fim nos casos de mortes por coqueluche na América Latina.

Para mais informações sobre esta importante iniciativa, visite: www.americalatinasinpertussis.com

O Comitê Consultivo da América Latina sem Coqueluche é constituído por especialistas em pediatria e doenças infecciosas que representam a América Latina: Dra. María Luisa Ávila, ex-ministra da Saúde da Costa Rica, Dr. José Brea del Castillo, presidente da Sociedade Latino-Americana de Infectologia Pediátrica, Dra. Christina Marino, presidente da Sociedade Colombiana de Pediatria, e a PAHEF.

Sobre a PAHEF
A Fundação Pan-Americana para a Saúde e Educação (PAHEF) se dedica a melhorar a saúde nas Américas através da promoção da saúde, educação de saúde e programas de treinamento. Fundada em 1968, a PAHEF é uma fundação pública 501 (c) (3), que trabalha em conjunto com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e outros parceiros estratégicos para mobilizar recursos e promover a conscientização e a solução dos grandes problemas enfrentados na área da saúde nas Américas. Com um profundo conhecimento das questões da saúde, a PAHEF estabelece parcerias e projetos de sucesso que ajudam no avanço da saúde Américas. Para mais informações sobre a PAHEF, visite: pahef.org

Contatos de Mídia:
Debora B. Freitas López

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202-974-3727



[1] Crowcroft NS et al. How best to estimate the global burden of pertussis? Lancet. Infectious Diseases Vol. 3. July 2003.

[2] World Health Organization (WHO). World Health Statistics. Ed. 2005 – 2011.

[3] Wendelboe AM et al. Transmission of Bordetella pertussis to young infants. Pediatric Infectious Disease Journal. 2007;26:293–299.

[4] Black RE et al. Global, regional, and national causes of child mortality in 2008: A systematic analysis. Lancet. May 12, 2010; 375: 1969–87.Published online. DOI:10.1016/S0140 - 6736(10)60549-1.

[5] Um total de 506 casos foi registrado em 2010 e 2011 na Argentina. (http://www.ms.gba.gov.ar/EstadodeSalud/SalaSituacion/SalaSituacionCoqueluche-julio2011.pdf acessado 26/06/12).

[6] No Brasil, os dados mais recentes do Ministério da Saúde (2008) mostram que 893 casos foram registrados para todo o país. (http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI182870-15257,00.html acessado 26/06/12).

[7] Segundo as estatísticas do Ministério da Saúde, 1453 casos de coqueluche ou tosse convulsa tenham sido registrados no Chile em 2011. (http://vidayestilo.terra.cl/mujer/mamas/alarmante-brote-de-coqueluche-o-tos-convulsiva,5d171763d3ff2310VgnVCM20000099f154d0RCRD.html acessado 26/06/12).

[8] Relatório apresentado em Cali pelo Instituto Nacional de Saúde revelou que no início de 2011 foram notificados 1.200 casos de coqueluche. Destes, 220 foram confirmados. (http://www.elpais.com.co/elpais/cali/existen-220-casos-tos-ferina-en-pais-cuales-hay-tres-en-cali acessado 26/06/12).

[9] WHO. Pertussis position paper. (http://www.who.int/wer/2010/wer8540.pdf acessado 26/06/12).

[10] DeMaria Jr, A. Vaccinate the village. Clinical Infectious Diseases. 2010. 50 (10): 1346-1348. (http://cid.oxfordjournals.org/content/50/10/1346.full acessado 26/06/12).

[11] Ulloa Gutierrez, R et al. The Global pertussis initiative: Meeting reports from the regional latin america meeting, Costa Rica. December 5-6, 2008. (http://www.landesbioscience.com/journals/vaccines/Ulloa-GutierrezHV6-11.pdf acessado 26/06/12).

[12] Campins-Martí, M et al. Recommendations are needed for adolescent and adult pertussis immunization: Rationale and strategies for consideration. Vaccine. 2001 Dec 12;20 (5-6):641-6. (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11738728 acessado 26/06/12).

[13] Calugar, A et al. Nosocomial pertussis: Costs of an outbreak and benefits of vaccinating health care workers. Clinical Infectious Diseases. 2006. 42 (7): 981-988.

     
     
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